A diretoria do Santos tentou há algumas semanas uma cartada decisiva para manter o meia Paulo Henrique Ganso na Vila Belmiro. Atendendo a um desejo antigo do jogador, o clube propôs a compra de 10% dos direitos econômicos que pertencem ao próprio atleta. Ganso pediu € 3 milhões (R$ 7 milhões). O Peixe, por intermédio da empresa Terceira Estrela Investimentos S.A. (grupo formado por investidores santistas), se propôs a bancar essa quantia.Trata-se, porém, de um negócio muito arriscado para os investidores. Para que eles lucrem alguma coisa com Ganso, o jogador teria de ser vendido por valor superior a € 30 milhões (R$ 70,2 milhões). Até o momento, não existe nenhuma proposta pelo 10 santista nesse valor.
Mesmo assim, Ganso já deixou claro que não pretende não aceitar. Isso porque a Teisa só compraria os 10% se o jogador permanecesse por, pelo menos, mais uma temporada no clube. O atleta, no entanto, está determinado a jogar na Europa ainda neste ano. Deixou isso claro na reunião da última terça-feira, a primeira da qual participou pessoalmente desde que a novela começou, em agosto do ano passado.
O fato de o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, ter concedido uma entrevista coletiva logo após a reunião de terça-feira, confirmando que o jogador havia pedido para sair, também está pesando contra. Durante o encontro, realizado no CT Rei Pelé, ficou combinado que ninguém faria comentários públicos sobre o que havia sido tratado na reunião. Ganso ficou irritado com a atitude do dirigente, pois considerou que o mandatário estaria tentando jogá-lo contra a torcida. Com isso, é improvável que o camisa 10 volte atrás, venda sua parte ao clube (apesar da proposta ser vultuosa) e renove seu contrato.
Se, por outro lado, voltar atrás, Ganso receberá R$ 7 milhões na mão e mais grande reajuste. Seu salário pularia de R$ 130 mil para R$ 450 mil, que seriam pagos integralmente pelo clube (ou com a ajuda de parceiros como a Teisa), sem o reforço de receitas de publicidade, como acontece com Neymar. Por enquanto, porém, o meia segue irredutível. Além do evidente mal estar entre as partes, o camisa 10 e seu estafe só aceitam a oferta santista se, no novo contrato, a multa rescisória, estipulada em € 50 milhões (R$ 117 milhões), cair pela metade. O Peixe considera a proposta "indecente" e nem aceita discutir o assunto. O contrato atual de Ganso vence em fevereiro de 2015.
A tendência é mesmo que o casamento termine logo após a Taça Libertadores, na abertura do mercado europeu de transferências. Basicamente, para a saída de Ganso ser concretizada, falta chegar ao Santos uma proposta oficial de algum clube europeu. O jogador já foi sondado por Inter de Milão, Milan. Já houve especulações na Espanha sobre um suporto interesse do Real Madrid. No entanto, qualquer negociação só pode avançar se algum clube entrar em contato com o Peixe. Embora não aceite alterar o contrato para diminuir o valor da multa rescisória, a diretoria já admite negociar o jogador por um valor menor.
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